ROMA, 16 de out de 2007 às 17:03
Em uma entrevista concedida ao jornal italiano 'La Repubblica', o Cardeal Julián Erranz, Presidente Emérito da Comissão para os Textos Legislativos da Santa Sé, assinalou que ante o caso do sacerdote suspenso de suas funções por acusações de práticas homossexuais, o Vaticano é o principal interessado em realizar "uma profunda limpeza interna".
"Somos os primeiros interessados em uma limpeza interna, mas essa limpeza se fará no respeito aos direitos humanos e depois do pronunciamento das autoridades judiciais".
O Cardeal Herranz recordou que Dom. Tommaso Stenico, o sacerdote envolvido no escândalo que comoveu o Vaticano neste fim de semana "foi imediatamente suspenso de seu cargo enquanto espera o veredicto de um Tribunal".
Face às provas do vídeo apresentado pelo programa "Exit" da estação privada "la 7", Stenico declarou a inúmeros meios italianos, desde agências de imprensa até canais de televisão, que é inocente, e que estava se passando por homossexual para descobrir "os verdadeiros inimigos dentro da Igreja".
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Segundo o Cardeal Herranz, que preside a Comissão Disciplinadora do Vaticano, o tribunal que se encarrega do caso Stenico, "terá que trabalhar com tranqüilidade e longe do clamor levantado pelos meios de comunicação".
O Cardeal espanhol recordou também que os delitos relativos à falta de conduta sexual "prevêem penas muito severas como a redução ao estado laico", quer dizer renunciar ao exercício do sacerdócio.
"Quando se produzem estes fatos, a Igreja sente tristeza", disse o Cardeal; mas assinalou que "trata-se de casos excepcionais, que não afetam toda a comunidade porque na Igreja e na Santa Sé há muitas pessoas sérias e fortemente empenhadas em servir ao Papa com seriedade e determinação".